Escolas brasileiras interrompem aulas por causa da violência
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Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil |
A violência nas escolas brasileiras teve um aumento alarmante nos últimos anos. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, houve um crescimento de 245,6% nas paralisações escolares entre 2021 e 2023 devido a tiroteios, toques de recolher e outras formas de violência.
Em 2023, 3,6% das escolas relatadas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) precisaram suspender suas atividades por conta da insegurança. Em 2021, esse número era de apenas 1%.
Violência urbana e crime organizado afetam rotina educacional
Segundo o levantamento, estados como Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro concentraram os casos mais graves. No RN, 29% das escolas foram afetadas por paralisações causadas por ações criminosas. Já no RJ, 8,7% das unidades relataram o mesmo cenário, além de 13,4% terem enfrentado episódios com bala perdida ou tiroteios próximos.
> 📸 Legenda da imagem: Escolas enfrentam ameaças constantes em áreas de conflito – Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
A publicação destaca a presença crescente de facções criminosas, que geram instabilidade territorial e impactam diretamente o direito à educação previsto na LDB, que garante 200 dias letivos anuais.
Ameaças e ataques a escolas crescem em todo o país
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que 12,6% das escolas brasileiras sofreram ameaças de atentados ou tentativas de ataque em 2023. Isso significa que, a cada oito escolas, pelo menos uma foi alvo de alguma forma de violência iminente.
Além da violência extrema, o cotidiano de muitas escolas em áreas periféricas é marcado pela presença constante do crime organizado, o que causa medo, evasão escolar e prejuízos à aprendizagem e à saúde mental de crianças e adolescentes.
Especialistas alertam para naturalização da violência
Para a coordenadora jurídica do Instituto Alana, Ana Claudia Cifali, a sociedade tem naturalizado a violência, especialmente em regiões periféricas, como reflexo do racismo estrutural. Ela lembra que o STF analisou a ADPF 635, que discutia o impacto das operações policiais em escolas do Rio de Janeiro, mas que pontos importantes de proteção foram retirados da versão final.
> “O direito à educação vai além do ensino gratuito. É preciso garantir um ambiente seguro, livre da violência e do medo”, afirma a especialista.
Conclusão: segurança escolar precisa ser prioridade
A explosão dos dados mostra que a segurança nas escolas deve se tornar uma prioridade nas políticas públicas. Interrupções no calendário escolar afetam o futuro de milhares de alunos, especialmente os mais vulneráveis.
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