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AA completa 90 anos com alta na presença feminina
Reuniões com mulheres crescem 44% após pandemia
Os Alcoólicos Anônimos (AA) completam 90 anos em 2025 com um dado importante: cresceu em mais de 44% o número de reuniões com composição feminina, segundo a Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil (JUNAAB).
A pandemia de Covid-19 teve papel crucial nesse aumento, ao impulsionar as reuniões virtuais, o que facilitou o acesso de mulheres que antes enfrentavam barreiras sociais, familiares e culturais para buscar ajuda.
Histórias de superação inspiram novas participantes
A pernambucana I.F., de 42 anos, encontrou no AA o caminho para a recuperação após se ver em situação de vulnerabilidade durante a pandemia.
“Naquele dia, acordei e comecei a beber pela manhã. Estava enfrentando muitos problemas. Era pandemia”, relembra.
Ao assistir a uma reportagem sobre o AA, I.F. decidiu procurar ajuda. Participou de uma reunião online só com mulheres e afirma que isso foi determinante:
“Ouvi-las falar sobre aquelas questões foi o ponto-chave para eu ficar e querer essa recuperação.”
Hoje, I.F. atua como voluntária, apoiando outras mulheres em situação semelhante.
Tabus e invisibilidade dificultam o acesso feminino
Segundo Lívia Pires Guimarães, presidente da JUNAAB, o alcoolismo feminino é historicamente invisibilizado:
“Quando é uma mulher, esse estigma aumenta. O ambiente em que a mulher costuma beber é a própria casa. Então, fica invisibilizado.”
A possibilidade de reuniões virtuais criou um novo espaço de acolhimento, levando muitas mulheres a também aderirem ao modelo presencial posteriormente.
AA oferece apoio gratuito em todo o Brasil
Criado em 1935 nos Estados Unidos, o AA é gratuito e funciona como uma irmandade que se organiza para trocar experiências, fortalecer a abstinência e dar suporte mútuo. No Brasil, o movimento tem milhares de grupos espalhados pelo país.
Todas as ações do AA são organizadas pelos próprios membros voluntários. O anonimato é um dos pilares da organização.
Casos mostram a força da recuperação
R.S., 61 anos – Piauí
Começou a beber aos 6 anos. Entrou no AA aos 28, em 1992, após uma crise de abstinência. Desde então, nunca mais recaiu.
“Fiz faculdade, pós-graduação, constituí família. O grupo me salvou.”
Natali, 67 anos – São Paulo
Perdeu o pai aos 13, iniciou o alcoolismo na adolescência. Buscou ajuda no AA em 1999 após anos de perdas e sofrimento.
“Muda tudo depois que você conhece o caminho da sobriedade. Você se descobre capaz.”
Como participar
O AA oferece reuniões presenciais e online. Não há exigências para participação, nem cobrança de taxas. Basta o desejo de parar de beber.
📲 Saiba mais e encontre um grupo em www.alcoolicosanonimos.org.br
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