MP Do Rio Abre Investigação Sobre Massacre Nos Complexos Do Alemão E Da Penha
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| Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão |
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um procedimento investigatório independente para apurar as 132 mortes registradas durante a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal da história do Estado.
O anúncio foi feito pelo Procurador-Geral do Estado, Antônio José Campos Moreira, em entrevista coletiva nesta terça-feira (29). Segundo ele, a apuração será conduzida com autonomia total, sem interferência de outros órgãos.
Investigação Será Totalmente Independente
“Já há um procedimento investigatório criminal instaurado. O promotor responsável solicitou o apoio do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (GAESP), que já foi deferido. O Ministério Público apurará todas as circunstâncias das mortes com base em provas técnicas e perícia detalhada”, afirmou Moreira.
O MP também requisitou as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na ação, com o objetivo de analisar o comportamento policial e eventuais irregularidades. Três promotores acompanharão de perto os depoimentos realizados na sede policial.
Órgão Reforça Compromisso Com Transparência
“O Ministério Público atuará com absoluta independência, exercendo suas funções com responsabilidade, critério e seriedade”, garantiu o procurador.
Apesar da gravidade dos fatos, nenhuma denúncia formal havia sido registrada no órgão até o momento da coletiva, diferentemente de outras operações com alto número de mortes.
Estratégia Do Bope E Número De Mortes
A operação utilizou a tática chamada ‘Muro do Bope’, que consiste em levar suspeitos até uma área de mata na Serra da Misericórdia, região que separa os dois complexos.
Segundo a Defensoria Pública, foram confirmadas 132 mortes, sendo quatro de policiais. Ainda de acordo com a Polícia Civil, houve 81 prisões e 90 fuzis apreendidos, com a expectativa de capturar cerca de cem traficantes.
Moradores relataram cenas de terror e desespero, retirando corpos das ruas após os intensos confrontos.
Operação É A Mais Letal Da História Do Rio
De acordo com um levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), a ação superou o massacre do Jacarezinho, ocorrido em maio de 2021, quando 28 pessoas morreram, incluindo um policial.
Os pesquisadores destacam ainda que as três operações policiais mais letais do Rio desde 1990 ocorreram durante o governo de Cláudio Castro (PL), reeleito em 2022.


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