IOF Reduzido Após Suspensão de Decreto Pelo STF
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Foto: Andrzej Rostek/GettyImages |
Moraes Determina Audiência Entre os Poderes em Julho
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender atos do governo federal e do Congresso Nacional relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), traz impacto direto nos investimentos, operações de crédito, câmbio e na previdência privada. A medida garante alívio fiscal imediato para pessoas físicas e empresas, ao reduzir alíquotas de impostos.
A audiência de conciliação entre os poderes foi marcada para o dia 15 de julho, e será essencial para discutir a constitucionalidade das ações legislativas e executivas em torno da cobrança do IOF.
Impacto da Suspensão do IOF no Bolso dos Brasileiros
Com a suspensão dos decretos, os brasileiros ganham um alívio temporário nas finanças, especialmente em três áreas principais: viagens internacionais, crédito para empresas e previdência do tipo VGBL.
Viagem Ao Exterior: Alíquotas Revertidas
Com a revogação das mudanças, a tributação nas operações de câmbio volta ao modelo anterior:
Compra de moeda em espécie: alíquota de 1,1%;
Cartões de crédito e débito internacional: 3,38%;
Outras transações não especificadas: alíquota única de 0,38%;
Remessas ao exterior e empréstimos de curto prazo: 1,1%;
Investimentos estrangeiros diretos continuam isentos na entrada de capital.
Crédito Para Empresas: Redução de Custos
O decreto revogado havia elevado as alíquotas de crédito. Agora, com a suspensão:
Empresas em geral voltam ao teto de 1,88% ao ano;
Empresas do Simples Nacional pagam no máximo 0,88% ao ano;
Risco sacado deixa de ser tributado;
Compra de cotas primárias de FIDC volta a ser isenta.
Previdência VGBL: Isenção Total Mantida
A nova norma retornou à regra anterior que permite:
Alíquota zero para qualquer valor de aporte mensal;
Isenção de contribuições patronais mantida.
As faixas que limitavam isenção até R$ 300 mil ao ano foram anuladas.
Crise Entre Congresso e Governo Federal
O impasse começou após o Congresso derrubar os decretos do governo federal que aumentavam o IOF. Em resposta, o presidente Lula recorreu ao STF, argumentando que a anulação legislativa violava a competência do Executivo.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), os atos do presidente da República não poderiam ser invalidados pelo Legislativo. O governo alegou que o aumento no IOF era fundamental para a compensação de perdas fiscais.
Lula e Congresso Divergem Sobre Competências
Lula criticou a postura do Congresso e reforçou a necessidade de garantir governabilidade. Em resposta, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o governo foi alertado sobre a inviabilidade do aumento no IOF no Parlamento.
Segundo Motta, “não houve traição, mas sim transparência”. Já Lula afirmou: “Se eu não for ao Judiciário, eu não governo mais o País”.
Entidades Empresariais Apoiam Redução do IOF
Organizações como CNI, CNT e CNC solicitaram ao STF que mantenha a decisão do Congresso. Para o setor produtivo, o aumento do IOF representaria mais um obstáculo ao crescimento econômico.
A audiência marcada para o dia 15 de julho pode ser decisiva para definir o futuro da tributação financeira no Brasil.
Conclusão
A suspensão do aumento do IOF pelo STF impacta diretamente o cotidiano de empresas e consumidores. Com alíquotas menores, o cenário fiscal fica mais favorável no curto prazo. Resta saber se a concorrência entre os poderes encontrará um consenso sustentável para o futuro tributário do país.
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