Julgamento de Bolsonaro e aliados tem foco em críticas à delação e alegações de cerceamento de defesa
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| Foto: Rosinei Coutinho/STF |
Defesa de Bolsonaro e Réus Ataca Credibilidade da Delação
No segundo dia do julgamento da trama golpista no STF, os advogados de Jair Bolsonaro e de outros réus concentraram suas sustentações em três pontos centrais: a contestação da delação premiada de Mauro Cid, críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes e alegações de cerceamento de defesa.
O advogado Andrew Fernandes Farias, representante do general Paulo Sérgio, chegou a implicar Bolsonaro ao afirmar que o militar teria tentado “demover o presidente de um golpe”. Segundo a acusação, a reunião citada pelo defensor foi a mesma em que uma nova minuta golpista foi apresentada aos comandantes militares.
Críticas Direcionadas a Moraes
O advogado Matheus Milanez, defensor do general Augusto Heleno, acusou Moraes de ultrapassar os limites de um julgador ao fazer mais de 300 perguntas aos réus, número superior às feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Milanez questionou se Moraes estaria atuando como “juiz inquisidor”, destacando que a postura do relator comprometeria a imparcialidade do processo.
Alegações de Cerceamento de Defesa
Outro ponto levantado pelas defesas foi a entrega de milhares de documentos às vésperas das audiências. Advogados de Bolsonaro, Braga Netto e outros réus afirmaram que a análise do material foi “humanamente impossível” diante do prazo.
Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, declarou que não houve tempo suficiente para revisar as provas da Polícia Federal, classificando a situação como um grave cerceamento de defesa.
Questionamentos Sobre a Delação de Mauro Cid
A delação premiada de Mauro Cid foi amplamente contestada pelas defesas. Os advogados apontaram contradições em seus depoimentos e acusaram o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro de criar perfis falsos em redes sociais para vazar informações.
Segundo Celso Vilardi, Cid teria mudado de versão diversas vezes, o que desqualificaria seu testemunho. Já o advogado de Braga Netto afirmou que seu cliente estaria preso apenas com base em uma “narrativa sem provas”.
PGR Defende Robustez das Provas
Apesar das críticas, a Procuradoria-Geral da República reforçou que a acusação não se baseia apenas na palavra de Mauro Cid. Há mensagens, documentos, vídeos e depoimentos que, segundo a PGR, comprovam o planejamento da trama golpista e a participação de aliados de Bolsonaro.
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