Inflação em abril avança 0,43% e preocupa governo e mercado
Alta foi puxada por alimentos e cuidados pessoais
A inflação oficial no Brasil subiu 0,43% em abril de 2025, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (9). O índice, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), veio em linha com as expectativas do mercado, mas reforça o alerta sobre o custo de vida no país.
Entre os principais vilões do mês estão os alimentos e bebidas, com aumento de 0,82%, e o grupo de saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 1,18%. Juntos, esses segmentos responderam por mais de 0,34 ponto percentual do índice geral.
IPCA acumula 5,53% em 12 meses e ultrapassa meta
Com o resultado de abril, o IPCA acumula alta de 5,53% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta de inflação do Banco Central, fixado em 4,5%. Em março, o acumulado estava em 5,48%.
A meta atual é perseguida de forma contínua, sem mais considerar o calendário anual. Se o IPCA ultrapassar o intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos, o alvo será considerado descumprido.
Selic segue em alta para tentar conter preços
Para tentar frear a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) elevada. Nesta semana, ela chegou a 14,75% ao ano — o maior nível em quase 20 anos. A política de juros altos visa reduzir o consumo e conter a demanda, mas tem como efeito colateral a desaceleração da atividade econômica.
Impactos sociais e políticos da alta dos preços
Apesar do governo Lula destacar o crescimento do PIB, o aumento da renda e a redução do desemprego, a alta dos preços dos alimentos gera insatisfação. As famílias de baixa renda são as mais afetadas, especialmente em meio a um cenário de clima instável e dólar valorizado, que encarecem a produção e importação de itens básicos.
Esse cenário econômico tem sido apontado como um dos motivos para a queda na popularidade do presidente Lula no início de 2024.
Previsões para o ano seguem acima da meta
Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é de que o IPCA feche 2025 também em 5,53%. Mesmo com recuos recentes nas projeções, o índice permanece acima do objetivo estipulado pela política monetária.
Por: Redação www.tmadicas.com.br Fonte: G1
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