STF Julga Bolsonaro E Aliados Por Trama Golpista
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Foto: Divulgação/Luiz Silveira/STF |
O julgamento da Ação Penal 2.668 foi retomado nesta terça-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo apura a tentativa de golpe de Estado e envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete acusados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do chamado “núcleo crucial” da trama.
Voto De Alexandre De Moraes
O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, foi o primeiro a se pronunciar. Ele rejeitou os pedidos das defesas, manteve a validade da delação premiada de Mauro Cid e apresentou documentos que apontam Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que buscava minar a democracia e interferir no funcionamento do Poder Judiciário e do TSE.
Entre as provas, Moraes destacou uma linha do tempo com 13 fatores que evidenciam a atuação dos acusados, incluindo o uso da Polícia Rodoviária Federal, das Forças Armadas e reuniões ministeriais. Também mencionou planos como a Operação Copa 2022 e o Punhal Verde e Amarelo, que previa até assassinatos de autoridades.
Flávio Dino Endossa Condenação
Após o relator, o ministro Flávio Dino foi o segundo a votar. Ele destacou que nunca houve anistia destinada a altos escalões do poder e rejeitou qualquer possibilidade de benefício aos acusados. Dino acompanhou integralmente o voto de Moraes, mas ressaltou que alguns réus, como Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, tiveram “participação de menor importância”.
Réus No Processo
Além de Bolsonaro, também são réus na Ação Penal:
Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
Continuidade Do Julgamento
O próximo voto será do ministro Luiz Fux, seguido por Cármen Lúcia e pelo presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. A sessão deve ser concluída até sexta-feira (12).
Impactos Políticos
O julgamento é visto como um marco no combate a tentativas de ruptura democrática no Brasil. Caso confirmada, a condenação pode reforçar a tese de que Bolsonaro liderou uma organização criminosa e buscou abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito.
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