Líderes Mundiais Se Reúnem Na Amazônia Em Meio A Tensões Da COP30
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| Foto: Sergio Moraes/COP30 Brasil Amazonia/PR |
Belém Se Prepara Para Receber Delegações Internacionais
Belém, no Pará, recebe entre 10 e 21 de novembro dezenas de líderes mundiais para a COP30, evento que marca 30 anos de negociações climáticas globais. A expectativa é de avanços nos acordos internacionais, apesar das crescentes preocupações sobre o possível enfraquecimento do multilateralismo.
Três Décadas De Debates Climáticos E Desafios Crescentes
Nas últimas três décadas, a comunidade internacional conseguiu reduzir parcialmente o ritmo do aumento das emissões de carbono, mas especialistas alertam que os esforços ainda são insuficientes para evitar um aquecimento global extremo nas próximas décadas.
Ausência De Grandes Poluidores Amplia Incertezas
A organização da COP30 escalou 53 chefes de Estado e mais de 40 líderes subnacionais para discursar durante os dois dias principais do evento. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também está confirmado.
Entretanto, quatro das cinco maiores economias poluidoras do mundo — China, Estados Unidos, Índia e Rússia — não enviarão seus principais líderes. Apenas o representante da União Europeia estará presente.
O governo dos Estados Unidos, que atualmente nega a gravidade da crise climática, optou por não enviar delegação oficial. Segundo analistas, essa ausência pode abrir espaço para discussões mais equilibradas entre os países participantes.
Especialistas Avaliam Impacto Da Ausência Dos EUA
"Sem a presença dos EUA, pode haver uma conversa multilateral mais verdadeira", afirmou Pedro Abramovay, vice-presidente da Open Society Foundations e ex-secretário nacional de Justiça do governo brasileiro.
Abramovay destaca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ampliado seu diálogo com líderes de diferentes continentes, incluindo China, África, Sudeste Asiático e Europa.
Lula Agenda Reuniões Com Líderes Globais Durante O Evento
Na quinta-feira, Lula tem encontros marcados com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e com o presidente da França, Emmanuel Macron. Na véspera, o presidente já havia se reunido com o vice-primeiro-ministro da China, além de representantes da Finlândia e da União Europeia.
Segundo Abramovay, essa postura reforça uma nova fase do multilateralismo, mais horizontal e menos dependente das grandes potências.

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